Mais tarde ou mais cedo as questões sobre Educação inquietam quem tem filhos (e felizmente alguns que não têm filhos também).
Eu não fui excepção e, subitamente, vi-me cheia de dúvidas e receios que me levaram também a questionar todo o meu percurso enquanto educanda e, consequentemente, enquanto educadora.
Dúvidas continuo a ter (e acho que vou ter sempre, felizmente), mas as certezas são cada vez mais. Uma dessas certezas é que o sistema educativo dito «tradicional» anda a «matar a criatividade» das nossas crianças (vejam aqui). Há dados científicos disso. O assunto é polémico, mas a minha posição, ou opinião, é que as crianças são formatadas para aprender todas as mesmas coisas, na mesma altura/idade e da forma como «nós» queremos que eles aprendam, como «nós» achamos que é mais correcto.
Por isso, os nossos esforços estão no sentido de contrariar isto em casa e nas opções que temos tomado relativas à educação/escolaridade dos nossos filhos. Não é fácil, mas andamos num esforço conjunto (casa/escola) para «pensar de pernas para o ar».
Isto tudo para explicar a foto abaixo.
Sempre disse que desenho/pintura ou artes manuais em geral não são a minha praia. E por isso nem me atrevia a pegar num pincel.
As memórias que eu tenho da «Educação Visual» na escola é do terror que eu tinha para atingir um resultado que eu achava que era suposto atingir. Pensava: Como é que eu vou conseguir fazer X, que o professor diz que eu tenho que fazer, para ter a nota Y? Esperava que alguém me dissesse para eu fazer «uma linha Z, que passa pelo ponto W, imprimindo uma força H com o lápis». Claro que o resultado final era sempre frustrante para mim.
Posto isto, no outro dia decidi pegar no pincel e fazer a «gatafunhada» que saísse e que fizesse sentido para mim naquele momento. Garanto-vos que custou começar. Ridículo? Talvez. Mas não tenho qualquer memória de o ter feito antes. Imagino que no alto dos meus 3 ou 4 anos isso tenha acontecido, mas algures essa capacidade de liberdade criativa ficou perdida.
Daqui para a frente, sem qualquer pretensão, vou (tentar) voltar... a ser criativa. Sem medos e para mim...
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