Se tem sede, entra no café e pede água. Se tem fome, abre o armário e tira os cereais. Se o boné cai, volta a trás apanha e põe na cabeça. Se está quente, sopra.
Não fica frustrado se não consegue logo algo e não pedincha ajuda à primeira adversidade.
Como qualquer criança de três anos, quer ser ele a fazer tudo. Quer ser ele a lavar os dentes, a abrir a garrafa de água, a despir a camisola, a encaixar as peças de um qualquer jogo...
Simplesmente, o que me espanta nele é a calma e a delicadeza (nunca o vi recorrer ao tradicional «à bruta» e raramente estraga o que quer que seja).
Admira-me a sua falta de ansiedade para ver a tarefa rapidamente concluída e a sua capacidade para errar, e errar várias vezes, até conseguir, sem desatar num pranto.
Por fim, se não consegue mesmo, dirige-se a mim, ao pai ou aos irmãos e, a fazer um delicioso e desarmante biquinho com a boca, diz em tom suave: «Não xonxigo!...»
Talvez seja por ser o terceiro. Talvez seja dele. Não sei...
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